Já fui bastante assediada, especialmente até aos trinta, trinta e poucos. Acho que, por isso, fui desenvolvendo uma capacidade que me permite notar situações de assédio, ou de simples interesse sexual, à distância. Não só quando sou eu a visada, mas também quando são outras pessoas. Normalmente, reparo no(a) assediador(a) e no(a) assediado(a). Vou contar-vos uma história que aconteceu comigo quando eu tinha uns quinze ou dezasseis anos. Nessa altura eu frequentava amiúde as matinés de uma discoteca aqui da terra. Era miúda e era assim que passávamos as tardes chatas de domingo. Um dia estava com uma amiga à porta da dita discoteca e houve um puto, mais ou menos da minha idade, que me fez uma proposta: pagava-me uma bebida lá dentro se eu curtisse com ele naquela tarde. Eu, que durante a adolescência tinha fama de antipática e petulante (creio que esta última característica se devia essencialmente à minha altura e timidez que, juntas, me faziam parecer uma pessoa petulante), mandei-
Aqui, fala-se de filhos e de tudo o resto...