Passo por aí e arrepio-me. O matagal, onde outrora foi o teu jardim cheio de rosas e laranjas e limões, e o anúncio da Remax a dizer que te vendem a casa... Volto aos dias em que andava por aí a enrolar bichinhos-de-conta. Perseguia-os com os dedos até que se enrolassem e ficava à espera que se voltassem a desenrolar para lhes poder tocar de novo. Às vezes, pegava em vários ao mesmo tempo e escondia-os na palma da mão. Largava-os no chão e observava como reagiam todos juntos. Tentava adivinhar-lhes o lugar da cabeça. Passava horas entretida com os bichinhos e a viajar dentro de mim. Depois partia para as formigas ou para as joaninhas... E tu dizias-me: "Joaninha voa voa que o teu pai foi a Lisboa". E a minha cabeça voava para Lisboa à procura do meu pai que sabia noutro lado. Imaginava-o em Lisboa só para te fazer a vontade. Tentava pegar nas joaninhas e fazê-las abrir as asas para que voassem a caminho da tua Lisboa. Ou para outro lado qualquer. Achava-as f
Aqui, fala-se de filhos e de tudo o resto...