Passam carros e gentes em corrupio. Hora de ponta na cidade e a quietude em nós.
O largo enche-se de vidas cruzadas apenas pelo espaço. Seguem trilhos, na ignorância de que o caminho é já definido. Vão. E vêm.
O silêncio ampara-nos no tempo perdido e prende-nos por dentro. Fechamos portas ao quotidiano e abrimos janelas ao pensamento. Enclausuramo-nos na solidão daqueles que, alheios ao mundo, vivem de sentir.
O som da rua grita em vão, enquanto o olhar se demora em quem amamos. Porque ao amor nada o rodeia. Não há carros, não há gentes, não há sons. Há o silêncio do olhar que diz mil palavras sem um ruído. E no entanto, toca-nos na pele e acelera-nos o coração...
Enche-nos os espaços que não temos para o mundo e diz-nos que vida é só isto, um olhar em silêncio que nos prende ao amor.
Comentários
Enviar um comentário
Vá lá, digam qualquer coisinha...
...por mais tramada que seja...