O vazio enche o meu corpo à tua ausência e instala-se no lençol frio a meu lado. Gela a metade da cama que tento aquecer. Sem sucesso. Palavras que não dizes porque não estás, mas que adivinho na sabedoria de ti que os anos me ofereceram.
Espero em vão o teu regresso. Na incauta procura da tua voz por entre o silêncio que me rodeia descubro o dom de te ouvir dentro mim.
Dizes-me amor. Dizes-me sempre amor, mesmo quando não o dizes.
Sinto-te a falta nas palavras como no corpo gelado pelo lençol. Sinto-te a falta no abraçar nu que a pele transcende. Sinto-te a falta no som e no cheiro. Sinto-te a falta na consumação daquilo que juramos em silêncio no movimento dos corpos radiantes de paixão.
Só o teu regresso apaga este vazio transbordante de ti implícito. Fala-me de trivialidades da vida e da essência das pessoas. Absorve-me na telepatia que construímos, onde todas as frases dizem mais do que aquilo que dizem. Edifica a certeza que me dizes amor.
Que me dizes amor, mesmo quando não o dizes.
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Vá lá, digam qualquer coisinha...
...por mais tramada que seja...