De vez em quando, o J. lê este blogue. Diz que um dia quer lê-lo todo, de uma ponta à outra. Hoje, leu o último post, aquele ali em baixo, e gostou.
Na verdade, o homem da mosca é um bocadinho obra dele também. Temos por hábito escolher personagens para as minhas histórias. Diz-me "mãe, tens de escrever sobre esta pessoa", aponta-me características a explorar na ficção e inventamos em conjunto outras coisas sobre ela.
Na verdade, o homem da mosca é um bocadinho obra dele também. Temos por hábito escolher personagens para as minhas histórias. Diz-me "mãe, tens de escrever sobre esta pessoa", aponta-me características a explorar na ficção e inventamos em conjunto outras coisas sobre ela.
Leu mais do que o último post. Foi andando para trás e descobrindo o que fui escrevendo sobre ele. Saltou os últimos parágrafos do Pai Natal "porque é feio e não consegui ficar a olhar para a cara dele", explicou.
Quando chegou aos Pedaços de amor que se exilam ralhou-me "não devias ter escrito aquilo. Eu pedi-te...". Ao que lhe respondi que também acho as coisas menos boas importantes. Confessou-me que não leu este post todo porque não quis lembrar aquilo que o fez sofrer na altura.
"Quanto tempo achas que vou demorar a ler o blogue todo?", perguntou. "Não muito tempo, descansa", sosseguei-o, "são quase quatro anos de blogue, mas não tem muito para ler".
Sei que podia não lhe contar o que escrevo e até impedir que lesse o que vou dizendo sobre ele, podia esconder-lhe alguns textos ou mentir sobre o seu conteúdo. Mas não quero isso, o blogue é meu, mas é dele também. Até é mais dele do que meu. É ele que aqui está, sob os meus olhos, mas não deixa de ser ele.
Quero que este blogue seja uma carta de mãe para filho e que sirva para, mais tarde quando eu já não estiver e ele precisar, poder vir aqui sentar-se ao meu colo e ouvir as minhas palavras de conforto. Quero que possa rever as alegrias, mas também as angústias, que a maternidade me ofereceu; quero que sinta que me pode encontrar sempre neste cantinho da blogosfera e que aqui terá sempre os meus braços, e coração, abertos para ele; quero que saiba que o meu carinho fica cá guardado para as emergências e que, neste lugar, o meu amor será sempre só dele e imenso como se diz que só é o amor das mães.
Sei que podia não lhe contar o que escrevo e até impedir que lesse o que vou dizendo sobre ele, podia esconder-lhe alguns textos ou mentir sobre o seu conteúdo. Mas não quero isso, o blogue é meu, mas é dele também. Até é mais dele do que meu. É ele que aqui está, sob os meus olhos, mas não deixa de ser ele.
Quero que este blogue seja uma carta de mãe para filho e que sirva para, mais tarde quando eu já não estiver e ele precisar, poder vir aqui sentar-se ao meu colo e ouvir as minhas palavras de conforto. Quero que possa rever as alegrias, mas também as angústias, que a maternidade me ofereceu; quero que sinta que me pode encontrar sempre neste cantinho da blogosfera e que aqui terá sempre os meus braços, e coração, abertos para ele; quero que saiba que o meu carinho fica cá guardado para as emergências e que, neste lugar, o meu amor será sempre só dele e imenso como se diz que só é o amor das mães.
Acho bonito essa partilha.
ResponderEliminarPor vezes escrevemos coisas que não conseguimos dizer cara a cara com as pessoas que amamos e elas lerem e sentirem o que escrevemos acho saudavel.
Beijinhos
Lindo...
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