Ver-te, o tempo todo, a encestar no cesto do quarto, no da rua, nos caixotes do lixo ou num cesto imaginário é ver-me a fazer rodas em todas as ruas sem trânsito e pinos em todas as paredes sem portas ou janelas. Sempre que te observo a imaginares jogos em que todos os jogadores és tu, lembro-me dos concursos de ginástica em que todas as concorrentes era eu. Ralho-te, porque é a minha função evitar o exagero e despertar-te para outras coisas, mas sinto essa obsessão que se apodera de nós quando gostamos realmente de alguma coisa. Sinto a força que nos domina e nos faz ultrapassar os limites que o corpo nos tenta impor. E sei que a nossa vida se vai alimentando disso, da transposição de barreiras e da criação de novas, em que vivemos dessa adrenalina e respiramos as nossas secretas vitórias. Uma após outra, como se de tijolos se tratassem, vamos construindo o nosso castelo imaginário, onde somos reis e senhores. Sabes, filho, ainda hoje tenho os meus castelos? Mais pequeninos d