Avançar para o conteúdo principal

Atenção, Isto É Serviço Público, Ok?

Assisti a várias conversas, li entrevistas e artigos de opinião sobre a co-adopção por casais homossexuais e na maior parte destes tenho reparado nos argumentos do "contranatura" e dos "superiores interesses das crianças". "Ah, blá blá blá, não é natural!"; " Ah, blá blá blá, não se está a pensar nos superiores interesses da criança, mas nos direitos DELES." (Gosto deste "deles", que tantas vezes aparece a marcar o distanciamento que quem "luta" pelo natural e pelos "superiores interesses das crianças" gosta de acentuar em relação aos homossexuais. Quando querem ofender os interlocutores são mais acutilantes e usam "os vossos direitos" como se fosse um tiro que desferem nos outros e como se isso automaticamente os ofendesse. Ah ah ah ah, quão ingénuos são!)

Engraçados, estes NÃO-homossexuais que defendem tudo o que é natural e os superiores interesses das crianças! 
Acho-os especialmente engraçados porque defendem que as crianças devem ser educadas por um pai e uma mãe, mas esquecem-se que no meio natural são apenas as fêmeas que criam as crias, e porque também defendem que as avós são melhores educadoras das crianças do que um casal homossexual no qual um dos membros é progenitor da criança. Acho piada à forma como tentam camuflar um preconceito contradizendo-se e pecando pela falta de coerência no(s) discurso(s)! Posso parecer maluquinha, mas diverte-me assistir a estes discursos completamente desarticulados!

E depois ainda há aqueles que vêm com a conversa dos "dados científicos"... "Ah e tal, há dados científicos que provam que os homossexuais tendem a exercer práticas pedófilas!" (Verdade, já li isto algures no discurso de alguém no Facebook!)
Ah ah ah ah ah! Estes, além de preconceituosos, são ignorantes! Desculpem-me que vos diga, mas isto é pura ignorância! Confundir homossexualidade com pedofilia não é de quem domine muito bem o tema, pois não?

Assim, porque penso que será uma mais-valia para todos os não-homossexuais "convictos"* e defensores do "modo natural" e dos "superiores interesses das crianças" assistirem a este vídeo onde os "dados científicos" são realmente baseados em estudos científicos e onde se olha com olhos de ver para os superiores interesses das crianças, e porque, apesar de me divertir, já estou um bocado farta de ler e ouvir tanta barbaridade pegada, achei por bem partilhá-lo aqui.

Let's look at the trailer?


*Gostaram das aspazinhas no "convictos"? Ai, que eu sou tão mazinha!

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Vejam só o que encontrei!

Resumindo :  Licenciatura em marketing (um profissional certificado); Gosto pela área comercial (amor cego que se venda barato);  De preferência, recém-licenciado (cabeça fresquinha e sem manhas); Com vontade de aprender (que aceite, feliz, todas as "óptimas" condições de trabalho que lhe oferecem, porque os ensinamentos não têm preço); Disponibilidade imediata (já a sair de casa e a arregaçar as mangas);  Carta de condução (vai de carro e não seguro, como a Leonor descalça do Camões);  Oito horas de trabalho por dia e não por noite (muito tempo luminoso para aprender, sem necessidade de acender velas). Tudo isto, a troco de: Um contrato a termo incerto (um trabalho p'rá vida); 550€ / mês de salário negociável (uma fortuna que pode ser negociável, caso o candidato seja um ingrato); Refeições incluídas (é melhor comer bem durante as horas de serviço, porque vai passar muita fominha a partir daquela hora do dia em que tiver de

O engano

O meu homem, enquanto estende a roupa (sim, cá em casa a roupa é cena dele. Somos estranhos, eu sei!), ouve música. Aliás, ele ouve sempre música, mas hoje, enquanto estava a ouvir música e a estender a roupa e eu a arrumar a loiça do almoço (sim, apesar do moço tratar da roupa, eu também faço umas coisitas cá por casa. Sim, eu sei, parece que somos mesmo estranhíssimos!), pôs os Pink Floyd a tocar. Ao som dos Pink Floyd, comecei a pensar que hoje há pouca cultura que faça as pessoas pensarem como por exemplo os Pink Ployd faziam; que conteste os poderes; que ponha em causa as ditas verdades universais; que cause indignação e contestação. Vivemos na sociedade do engano. Julgamos que temos liberdade, quando somos nós mesmos que restringimos a liberdade, calando-nos. Já não defendemos causas, mandamos umas bocas e ficamo-nos por aí. Os poderes estão instituídos e aceitamo-los, pura e simplesmente, sem um ai realmente sentido. Encolhemos os ombros e distraímo-nos com outras coisas par

Apneia

 Sempre esta coisa da escrita... De há uns anos para cá tornou-se uma necessidade como respirar. Tenho estado em apneia, eu sei. Não só, mas também, porque veio a depressão. Veio, assim, de mansinho, como que para não se fazer notar, instalando-se cá dentro (e cá fora). Começou por me devorar as entranhas qual parasita. Minou-me o corpo e o cérebro, sorvendo-me os neurónios e comendo-me as ideias, a criatividade e a imaginação. Invadiu-me a mente e instalou pensamentos neuróticos, medos, temores, terrores até. Fiquei simultaneamente cheia e vazia. E a vontade de me evaporar preencheu-me por completo, não deixando espaço para mais nada. Não escrevia há meses. Sinto-lhe a falta todos os dias. Mas havia (há) um medo tão grande de começar e só sair merda. E, no entanto, cá estou eu a escrever de novo. Mesmo que merda, a caneta deslizou sobre o papel e, agora, os dedos saltam de tecla em tecla como se daqui nunca tivessem saído. O olhar segue os gatafunhos, o pensamento destrinça frases e e

A Língua do Michael Jordan

O ídolo (imagem retirada da Internet) Um dia destes, enquanto assistia a um treino do meu filho, reparo que ele está sempre de língua de fora... Ele não é daqueles miúdos que põem a língua de fora quando escrevem ou quando fazem qualquer coisa que lhes exija um pouco mais de concentração, por isso estranhei! No intervalo que o treinador lhes dá para irem beber água, ele chega-se ao pé de mim e diz: -Viste, mãe, estive de língua de fora como o Michael Jordan? (Para quem não conhece, o Michael Jordan, o mocinho aqui ao lado, foi um dos melhores jogadores de basquetebol do mundo e uma das suas características era jogar com a língua de fora.) O meu filho estava todo orgulhoso a imitar o Michael Jordan, sentia-se o melhor jogador do mundo à custa da sua linguinha ao vento, mas eu (estúpida!) estraguei a sua alegria, com esta minha triste saída: -Pois, mas se não pões a língua para dentro ainda a mordes se te derem um encontrão, além de pareceres um tontinho... Arrependi-me da parte do