Cometi a insanidade de ir às compras ao Continente em dia de Passagem de Ano. Eu, confessa apaixonada por compras, que se puder delegar essa tarefa a outrem dou saltinhos de alegria, vi-me sozinha e indefesa a aterrar em plena selva consumista. Desde levar com encontrões distraídos dos chimpanzés saltitões, passando por ver hienas a atravessarem-se-me no caminho de braço estendido em direcção a uma qualquer iguaria tradicional da época (enquanto eu, alheia a tanta selvajaria, contemplava uma prateleira) até ter que me proteger de leões ferozes, de pá em punho, a escavarem a arca dos camarões congelados, como se não houvesse amanhã, aconteceu-me de tudo! A vontade de fugir era tremenda. Estive quase a jurar que a minha Passagem de Ano ideal seria a comer cereais ao som das doze badaladas e que festejar o primeiro dia do Ano com uma caneca de leitinho com chocolate nas mãos. Esta seria a entrada no Ano Novo perfeita... Só a consciência da maternidade me impediu de sair dali para
Aqui, fala-se de filhos e de tudo o resto...