Mas vou dizer muito baixinho, quase em surdina:
Às vezes, vejo a Casa dos Segredos.
Vá lá, não se vão já embora!
Vejo a Casa dos Segredos, numa perspectiva analítica.
Está melhor assim?
Quero tentar entender o que estão aquelas pessoas a fazer dentro de uma casa, onde vivem às ordens de uma voz, que as manda fazer as coisas mais vis e de baixo carácter, que já pude contemplar num programa de televisão, recebendo em troca a vida enxovalhada nas revistas e troças intermináveis por parte da apresentadora do programa e do púbico em geral.
Tornarem-se marionetas nas mãos da produção de um programa televisivo, e da opinião pública, em troca das suas vidas desfeitas, é assustador, se atendermos à psicologia da coisa.
Acreditam que, por muito que me esforce, não consigo compreender?
Será que aqueles meninos e meninas acreditam mesmo que vão ter uma carreira brilhante, quando saírem, e depois de tudo aquilo o que permitiram que lhes fizessem e o que se propuseram a fazer?
Será que a miragem da fama e do dinheiro é assim tão nítida para os enganar tão bem?
Não, não quero acreditar que seja burrice pura! Não existe gente tão burra a esse ponto!
Se em programas anteriores, acreditei que eram apenas mentes vazias que ali estavam, neste não creio que sejam. Vejo estratagemas demasiado elaborados para mentes vazias e estratégias altamente rebuscadas para um só neurónio.
Não pode ser só burrice. Tem que haver outra coisa mais forte e poderosa. Princípios invertidos, deformações cerebrais, doenças psicológicas ou mentais, qualquer coisa do género...
A burrice, sozinha, não desce tão baixo. É preciso que esteja associada a algo mais para ir tão fundo. Por isso, tem que haver mais qualquer coisa!
Mas a minha análise não se fica só pelos concorrentes do programa... (Já vos tinha dito que gosto de analisar pessoas, não tinha?) Dou-me, também, ao trabalho de tentar analisar os vários apresentadores, os membros da produção e os diversos públicos do programa.
Quanto aos apresentadores e produção, a dúvida que me assiste (gostaram? Esta foi à Hélio no skate!) é o que os motiva a tamanha crueldade. Crueldade com os concorrentes e crueldade com eles próprios. Será SÓ o dinheiro? Se for devem ganhar MESMO muito bem! Se não for... Não sei, desisto!
E os públicos? Sim, os públicos, porque este programa não tem um único público, tem vários.
Tem o público que é fã, que admira os concorrentes, que os defende ou ataca conforme a situação, que compra as revistas e que vive intensamente o que se passa dentro daquela casa.
E tem o público que passa toda a duração das galas a mandar larachas ou a gozar desmesuradamente, nas redes sociais, com tudo e todos os que por lá passam.
O primeiro público, penso que terá a ver com as suas vidas desenxabidas. Precisam de as ocupar e arranjar algo que as movimente. Estes são os que melhor compreendo. Compreendo mesmo! Acredito que precisem de preencher o espaço vazio que têm nas suas vidas com qualquer coisa, e nada mais fácil do que agarrarem-se às vidas dos outros. Atenção: digo isto, sem, sequer, uma ponta de escárnio!
O outro público, o das larachas e gozos desmesurados, parece-me que a única explicação plausível, que terá para ver todas as galas do princípio ao fim, é a inveja rancorosa de "quem desdenha, quer comprar".
E aqui, pára abruptamente a minha capacidade de compreensão!
Se muito dificilmente consegui vislumbrar uma explicação para todas as outras personagens desta história, a inveja das presentes, ultrapassa-me completamente. (E não é que rimei?!)
Teria que voltar ao princípio, e conseguir analisar convenientemente os concorrentes, para que fosse capaz de um estudo aceitável sobre quem os inveja.
Portanto... Fim de análise!
belo "relatório de análise"...!!
ResponderEliminara minha opinião, muito pessoal...
não assisto a esse programa e o (muito) pouco que vejo é quando tenho o meu filho a passar fins de semana comigo. ele gosta dessa casa.
não penso que seja por burrice quem se dá a participar, falo dos concorrentes, e aquilo a que se propõem fazer, sujeitar-se.
trata-se de um concurso, de dinheiro (que não é pouco) para ganhar. não acredito que seja para ganharem prestígio e verem a sua vida com uma carreira que vinga.
aquilo a que se assiste é o aproveitamento por parte dos produtores, realizadores, e gestores de programação, para o lucro conseguido com a enorme fatia das audiências. para tal, humilhe-se (com consentimento) um grupo de jovens que do futuro nada têm em mente, ou melhor... o único pensamento está no dinheiro que podem ganhar, mas mais...
na qualidade de vida que lhes é proporcionada enquanto permanecem na casa... nada lhes falta...!!
estão em clausura e longe do que se passa cá fora, a vida real.
depois se verá, quando saírem, qual será o seu futuro.
quanto ao público, aos que vêem este programa... respeito os seus gostos, as suas opções.
bom fim de semana
bj...nho
Ainda não me dei ao trabalho de assistir a esse programa, porque vejo pouca televisão e há coisas mais interessantes para ver e ouvir, já não tenho pachorra nem paciência para cusquices e palermices, dizer que são burros é admitir que os inteligentes são todos bons, infelizmente a história da humanidade tem demonstrado que a inteligencia também funciona no lado do mal.
ResponderEliminarO que motiva estes jovens não é tanto o dinheiro mas sim a fama fácil, é importante se tornarem visiveis para verem abrir certas portas, seja a que preço for, estes jovens fazem me lembrar o Renato Seabra, eles não querem subir um degrau de cada vez, querem chegar ao topo rapido
Beijinho
Sérgio Figueiredo e Felina,
ResponderEliminarTendo mais a concordar com a Felina, quando diz que "não é tanto o dinheiro mas sim a fama fácil, é importante se tornarem visiveis para verem abrir certas portas, seja a que preço for".
Não sei qual é o valor do prémio final, mas não me parece que seja assim tanto, que valha o esforço da clausura, da humilhação e das parvoíces.
Todos eles dizem que gostavam de ter uma carreira qualquer no mundo da televisão ou do espectáculo e, partido do princípio de que dizem a verdade, fica a pergunta "que carreira estão à espera de construir sobre uma base tão pouco sólida quanto uma reputação enxovalhada?".
Quanto às mais-valias da produção, concordo plenamente com o Sérgio Figueiredo, aí há muito dinheiro em jogo!
Agora, quem dá a cara pelo programa como por exemplo, os diversos apresentadores do mesmo, já fico mais confusa: haverá dinheiro que pague a porcaria de trabalho que estão a fazer?
Compensará, em termos monetários, o desprimor da profissão que construíram e que exercem há tantos anos?
Eles lá saberão, certamente. Mas que me faz um pouco de confusão, faz!
Sérgio Figueiredo, eu também respeito os gostos dos vários públicos, mas o segundo grupo a que me refiro, é o público que diz que não gosta, que despreza o programa, no entanto, propõe-se a vê-lo inteirinho com o único intuito de dizer mal. E isso, também me faz confusão. Respeito, mas aflige-me!
Beijinhos aos dois e bom domingo