Trabalho neste país há 15 anos.
Nestes 15 anos, saltitei por vários empregos, mas em todos eles encontrei um denominador comum: A ESTÚPIDA IDEIA DO SECRETISMO DA INFORMAÇÃO.
Muitos trabalhadores guardam uma grande quantidade de informação só para si, retêm-na e não a partilham propositadamente para se sentirem em vantagem relativamente aos colegas. Têm medo de serem ultrapassados pelos outros. Pensam que se partilharem aquilo que sabem, os colegas vão singrar mais do que eles, vão ser promovidos e vão tornar-se mais importantes aos olhos dos chefes. E estancam a informação. De tal modo, que acabam por comprometer toda a dinâmica da empresa onde trabalham, porque esta passa a ser mais lenta, e cheia de defeitos e lacunas.
Normalmente, estes trabalhadores também não perguntam nada aos colegas. Fingem que sabem e que conseguem fazer tudo sozinhos. Porque são muito competentes. E são tão competentes que só fazem porcaria. E escondem a porcaria debaixo do tapete. Vão varrendo, diariamente, as asneiras, que podiam ter sido evitadas se tivessem a humildade de perguntar aquilo que não sabem, para debaixo de um tapete enorme.
Um dia, é necessário tirar o tapete para limpar o chão, e descobre-se um acumulado de porcarias apinhadas, bolorentas e irremediavelmente estragadas. Quando isto acontece, eles arranjam, à pressa, um bode expiatório: o colega do lado a quem eles não quiseram fornecer a informação solicitada, ou o outro colega do lado que não lhes disse aquilo que eles não lhe quiseram deliberadamente perguntar, porque já sabiam tudo.
Ardilosamente, conseguem centrar o problema na procura de um culpado, que nunca são eles e são sempre todos os que os rodeiam. Desviam a atenção do mais importante, a resolução do problema. Baralham toda a gente e conseguem fazer com que a empresa, em peso, passe a andar de rabo para o ar à procura do sacana do culpado, em vez de resolver a questão, melhorar a dinâmica previamente, por eles, sabotada e produzir mais e melhor.
Enfim, assim é Portugal!
Na mouche! Vou pegar no link e escarrapachar isto no facebook da minha empresa. Obrigada! :)
ResponderEliminarMuito bom este post.
ResponderEliminarPior que isso foi uma empresa onde eu trabalhei em que as chefias cultivavam o secretismo relativamente a decisões de transferência de pessoas de umas obras para outras. Deixavam-nos na incerteza até à véspera, e nem percebi nunca muito bem o que lucravam com aquilo.
Na questão da transmissão de conhecimento, sempre me regi pelo princípio da partilha de conhecimento. Mas nunca esquecerei a paga que tive de uma "miúda" a quem ensinei o "ofício" todo e ela subiu na empresa a pique enquanto estive de licença de maternidade (com a qual lucrou claramente) e depois ainda me agradeceu tornando-se snob e armada em superior e nunca mais me falou. Nesse dia duvidei dos meus princípios e entendi que deveria ter mais cuidado na minha forma altruísta de partilhar aquilo que sei!
Na minha opinião não existem maus trabalhadores, existem é maus chefes, porque parte se do principio que os chefes não precisam de saber trabalhar mas sim orientar, mas como podem saber orientar convenientemente se não sabem trabalhar, um bom chefe forma uma equipa de trabalho em que as funções de cada um está devidamente esclarecida não permitindo esse secretismo.
ResponderEliminarMas reconheço que uns trabalhadores são mais profissionais que outros