Avançar para o conteúdo principal

Dia de Derby

Imagem retirada da Internet

Hoje, não fales comigo. Tenho que estar concentrado. Por favor, não me venhas falar de desgraças.
Não, não quero saber do Passos, do Gaspar, do Relvas ou da Troika... 
Hoje, o meu Benfica vai jogar contra aqueles "morcões"! E vai ganhar, olá se vai!!!
Se o Glorioso ganhar, até beijo o Passos, o meu amigalhaço! Até lhe dou uns trocos, de bom grado, para ajudar a pagar a penhora deste país! Sim, porque hoje nada mais me interessa... E eu pago para ver o Benfica ganhar, pago o coiro e o cabelo se for preciso, desde que ganhe.
Claro que é só com esta condição, porque eu, benfiquista de corpo e alma, sou um gajo exigente, exigentíssimo!

Olha, vai começar...
Agora, CA-LU-DA! Só quero ouvir o comentador! 
Querida, podes sair com as tuas amigas, vai e leva aquele teu amigo com quem costumas dormir, quando eu não estou.
Só não venham é cá para casa, que eu tenho que ver a bola. Vai lá!
Sim, sim, mas sai da frente da televisão...
O que é que estás a dizer? A minha mãe foi para o hospital?! Não podemos falar sobre isso no intervalo?
Goooolooooo!!!!!
Espera, espera só um bocadinho...
Vai, vai, vai!!!! Porra, este árbitro é mesmo uma merda! Foi falta! 'Tás zarolho, ou quê???
Diz????
Ah, a minha mãe... Mas que raio!!! A velha tem estado tão bem e, logo hoje, foi-lhe dar o fanico!...
Depois do jogo, vou visitá-la, ok? Está bem assim? Já não te zangas?
Agora, vai-te embora que chegas atrasada...
Ai!!! Mas o que é que o cabrão do puto está a fazer em frente da televisão? E tu deixas?
Eh pá, também não serves para nada, mulher! Tira-me mas é o puto daí, antes que eu lhe dê um chapadão!
Ah, e já que vais à cozinha traz-me mais uma "mine"! 
Pronto, se faz favor! Estás contente, agora?
Não ias sair? Aproveita que eu hoje estou bem disposto... Amanhã já não é dia de jogo...
Olha, e leva o puto contigo.
Então, deixa-o na minha mãe...
Ah pois, ela está no hospital... Então, deixa-o na tua!

Porra, mas ainda não te foste embora?!
Podes, por favor, deixar-me ver o jogo?!

Aviso: O doente em causa podia ser adepto do Sporting, do Porto ou de outro clube qualquer.

Comentários

  1. é cá um sofrimento e dá cabo dos nervos , dos meus não, dos doentes. tive uam aluna que ficou sem tv porque o marítimo perdeu e o pai jogou , de raiva a tv pela janela fora , e se te disser que nem dinheiro tinham para comer!
    kis .=(

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Pelo menos o pai já não viu mais jogo nenhum, o que poupou a família a mais ataques de histerismo.
      Alguns enlouquecem! ;(
      Bjs

      Eliminar
  2. homens...estas palavras podiam ser do meu marido...o que vale é que no fim do jogo ele gosta de me relembrar que "aquele" não é ele...por isso, não devo ligar nem ficar chateada...mas as vezes, só me apetece desligar a tv! bjs

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Se queres um conselho, é melhor não desligares mesmo a televisão...
      Bjs

      Eliminar
    2. pois, é capaz de ser perigoso lol

      Eliminar
  3. É doença sim... sem cura possivel

    ResponderEliminar
  4. Oh não o teu filho é do Benfica?! :(

    ResponderEliminar
  5. Não me digas que saíu ao pai. E tu também? ohhhhh

    (estou a brincar não vejo futebol nem ligo)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Eu não gosto nada de futebol e muito menos do Benfica.
      Só soubemos que havia golos porque ouvimos os vizinhos gritar e estávamos todos em casa: pai, filho e espírito santo (eu)! :-)
      Bjs

      Eliminar
  6. ahahah

    Fizeste mesmo bem isto. Os homens ficam possessos quando o assunto é a Bola.

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Vá lá, digam qualquer coisinha...
...por mais tramada que seja...

Mensagens populares deste blogue

Vejam só o que encontrei!

Resumindo :  Licenciatura em marketing (um profissional certificado); Gosto pela área comercial (amor cego que se venda barato);  De preferência, recém-licenciado (cabeça fresquinha e sem manhas); Com vontade de aprender (que aceite, feliz, todas as "óptimas" condições de trabalho que lhe oferecem, porque os ensinamentos não têm preço); Disponibilidade imediata (já a sair de casa e a arregaçar as mangas);  Carta de condução (vai de carro e não seguro, como a Leonor descalça do Camões);  Oito horas de trabalho por dia e não por noite (muito tempo luminoso para aprender, sem necessidade de acender velas). Tudo isto, a troco de: Um contrato a termo incerto (um trabalho p'rá vida); 550€ / mês de salário negociável (uma fortuna que pode ser negociável, caso o candidato seja um ingrato); Refeições incluídas (é melhor comer bem durante as horas de serviço, porque vai passar muita fominha a partir daquela hora do dia em que tiver de

Apneia

 Sempre esta coisa da escrita... De há uns anos para cá tornou-se uma necessidade como respirar. Tenho estado em apneia, eu sei. Não só, mas também, porque veio a depressão. Veio, assim, de mansinho, como que para não se fazer notar, instalando-se cá dentro (e cá fora). Começou por me devorar as entranhas qual parasita. Minou-me o corpo e o cérebro, sorvendo-me os neurónios e comendo-me as ideias, a criatividade e a imaginação. Invadiu-me a mente e instalou pensamentos neuróticos, medos, temores, terrores até. Fiquei simultaneamente cheia e vazia. E a vontade de me evaporar preencheu-me por completo, não deixando espaço para mais nada. Não escrevia há meses. Sinto-lhe a falta todos os dias. Mas havia (há) um medo tão grande de começar e só sair merda. E, no entanto, cá estou eu a escrever de novo. Mesmo que merda, a caneta deslizou sobre o papel e, agora, os dedos saltam de tecla em tecla como se daqui nunca tivessem saído. O olhar segue os gatafunhos, o pensamento destrinça frases e e

Dos blogues

DAQUI Comecei isto dos blogues faz tempo. Mais precisamente em 2011. Faz tanto tempo que este menino aqui já completou cinco anos em Agosto. Há cinco anos e picos que venho para aqui arrotar as minhas postas de pescada. Primeiro, em núpcias das delícias da maternidade; depois confrontada com o fim das núpcias; hoje, com a consciência de que a maternidade se expande por tudo o que é lado da vida da gente. Nunca, mas mesmo nunca, tentei tornar este blogue num lugar cuchi-cuchi, fofinho e queridinho. Este lugar não é de todo fofinho. Não há por aqui adoçantes da vida, nem marcas a embelezar o que se passa por dentro e por fora da minha experiência enquanto mãe, ou enquanto pessoa, ou até mesmo a comandar o que escrevo. Não me deixo limitar por "politicamente correctos" ou estereótipos que atentem contra a minha liberdade na escrita. Escrevo o que me dá na real gana, quando me dá na real gana. Em tempos, cheguei a ter por aqui uma publicidade, mas nada que me prendesse

Tenho uma tatuagem no meio do peito

Ontem, no elevador, olhei ao espelho o meu peito que espreitava pelo decote em bico da camisola, e vi-a. "Tenho uma tatuagem no meio do peito", pensei. Geralmente, não a vejo. Faz parte de mim, há dez anos, aquele pontinho meio azulado. Já quase invisível aos meus olhos, pelo contrário, ontem, olhei-a com atenção, porque o tempo já me separa do dia em que ma fizeram e me deixa olhá-la sem ressentimentos. À tatuagem como à cicatriz que trago no pescoço. A cicatriz foi para tirar o gânglio que confirmou o linfoma. Lembro-me do médico me dizer "vamos fazer uma cicatriz bonitinha. Ainda é nova e vamos conseguir escondê-la na dobra do pescoço. Vai ver que quase não se vai notar". Naquela altura pouco me importava se se ia notar. Entreguei o meu corpo aos médicos como o entrego ao meu homem quando fazemos amor. "Façam o que quiserem desde que me mantenham viva", pensava. "Cortem e cosam à vontade! Que interessa a estética de um corpo se ele está a morrer

Adolescência e liberdade

Os casos de adolescentes que se agridem têm inundado a comunicação social. Ora os irmãos, filhos de um embaixador, que espancaram um rapaz de 15 anos; ora o rapaz de 16 anos que espancou outro de 14 até à morte. Para a comunicação social, estes casos são "doces". Geram polémica, opiniões controversas, ódios e amores e duram, duram, gerando imensos artigos com informações e contra-informações. O primeiro caso, conhecido por "caso dos irmãos iraquianos" pode ter "origens xenófobas", diz-se por aí. A verdade é que se não teve "origens xenófobas" pode vir a ter "fins xenófobos". O facto de se sublinhar que os gémeos são iraquianos na divulgação das notícias sobre este caso está a abrir caminho para potenciar ódios de cariz xenófobo. A opinião pública revolta-se contra os agressores, que não tendo desculpa pelas agressões, seja qual for a origem destas, relacionam-nos com a sua nacionalidade. "Ah e tal, são iraquianos!"; "E