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No mês passado, foi discutida na Assembleia a legalização das "barrigas de aluguer". O ponto mais discutido foi quem poderia ou não beneficiar deste método de Procriação Medicamente Assistida, o que, na minha opinião, não é de todo, o ponto mais importante, pois penso que, com uma possível legalização, todos os que não tivessem capacidade para gerar um filho deveriam poder ter acesso a este método. Caso contrário, estaríamos perante uma forma de discriminação abominável. Desculpem-me, mas casais homossexuais e mulheres solteiras excluídos é discriminação!
Penso que o mais importante é com que leveza as donas das barrigas poderão aceitar uma proposta destas. (Este factor, segundo me parece, nem sequer foi discutido!)
Segundo a proposta do PSD "é proibido qualquer tipo de pagamento, benefício ou doação de qualquer bem ou quantia à mãe de substituição pela gestação da criança, excepto o valor correspondente às despesas de saúde efectivamente realizadas e desde que devidamente tituladas em documento próprio". Ok, então o terão estas senhoras a ganhar? Além de estarem a alugar o corpo, tal como a prostituta aluga o seu, não vão ser pagas por isso? Enquanto uma prostituta aluga o corpo a um cliente por uma hora, duas, um dia ou, nem que seja, uma semana, uma mãe de aluguer alugará o seu por 9 meses e não ganhará nada com isso? Pode parecer-vos frio da minha parte e completamente isento do conceito de solidariedade, mas não penso que alguém vá alugar-se por 9 meses só para ser boazinha para outro alguém que nem sequer conhece...
Além disso, a criança, mal ou bem, também será sua filha. Não me venham com a treta que uma criança só é filha do dono do espermatozóide e da dona do óvulo, pois ela também é filha da dona da barriga que a carrega durante 9 meses.
Concebo o direito a quem não consegue, ou não pode, ter filhos a recorrer à PMA, mas não concebo a obrigação de uma mãe dar um filho após o parto, seja o óvulo de quem for.
Não se é mãe só a partir do nascimento do bebé, é-se mãe desde a sua concepção. A relação uterina bebé/mãe é inquestionável. A importância da voz da mãe, do cheiro, das rotinas e até das festas que esta faz na barriga, é tão grande que é a partir de factores como estes que se prepara, constrói e intensifica a relação futura da mãe com o bebé.
Com que direito é que se poderá privar esta mãe de estar com o seu filho ou privar este filho de estar com esta mãe? O filho poderá ter outra mãe, mas esta não deixa de ser também sua mãe!
Porque não se pensa em legalizar a prostituição, mas pensa-se em legalizar as "barrigas de aluguer". Porquê?
São dois alugueres do corpo e a legalização da prostituição acarreta muito menos prejuízos e até vários benefícios, tanto para quem aluga o corpo, como para a sociedade (diminuiria o tráfego humano, a imigração ilegal, a prostituição infantil, a exploração e escravidão das mulheres e crianças, a violência, concederia melhores condições de higiene e segurança às prostitutas, etc., etc.).
A legalização das "barrigas de aluguer" beneficia quem? As pessoas que não conseguem ter filhos, mais ninguém! Não beneficia os filhos que daí nasceriam, não beneficia as donas dos ventres, não beneficia a sociedade!
Será porque a legalização da prostituição seria para fins de satisfação sexual e a legalização das "barrigas de aluguer" seria para fins de satisfação maternal? E porque raio é que a satisfação maternal é mais importante do que a satisfação sexual?
É porque o sexo é tabu e a maternidade é sagrada?
Não me lixem!
Epa mas que assunto mais ocmplicado...Eu ainda nem sei bem a minha opinião sobre isso...Por exemplo, relativamente a pessoas homosexuais terem filhos, estou mais contra do que a favor...porque não sei até que ponto a criança não fica afectada por não ter ou pai ou mãe...Por outro lado uma criança num orfanato, certamente fica melhor numa casa de gays/lésbicas, do que numa instituição...Quanto às barrigas de aluguer a coisa ainda se complica mais...Por um lado há quem queira desesperadamente ter filhos e só assim o possam conseguir, mas por outro "usar" desse modo o corpo de uma mulher é coisa que eu não acho particularmente bem....E depois a quantidade de mulheres que aceitam ser barrigas de aluguer para ganhar a vida? Parece-me uma "profissão" um pouco estranha de se ter....
ResponderEliminarBeijinho*
É verdade, é um tema difícil.
ResponderEliminarQuanto ao caso de casais homossexuais terem filhos já tive uma opinião diferente da que tenho hoje.
Sempre achei que as crianças precisavam de um pai e de uma mãe, mas, neste momento, acho que o que precisam é de quem as ame, seja um homem e uma mulher, dois homens, duas mulheres ou só uma pessoa independentemente do sexo.
Muitas pessoas dizem que estas crianças (filhas de casais homossexuais) podem ser discriminadas na escola, mas se são discriminadas o problema é de quem? Eu penso que é da sociedade que não aceita as diferenças. As crianças gordas, com óculos, estudiosas, feias, deficientes, etc, etc, também o são. E o problema é delas? Não acho, acho que é da sociedade, acho que é a sociedade que tem que aprender a aceitar a sua própria diversidade.
Quanto às barrigas de aluguer, acho que uma pessoa que opta por alugar a barriga TEM OBRIGATORIAMENTE que saber no que se vai meter. Há envolvimento, salvo raras excepções, entre a mãe de barriga e a criança. No fim, dar a criança a outra pessoa não se fará de animo leve.
Penso que será muito complicado para estas mães, e também para os filhos, desligarem-se para sempre.
Beijinhos
eu gostava de responder a isto até porque sou infertil, graças a deus não precisei de recorrer a uma barriga de aluguer mas qdo ainda nem sabia bem qual era o meu problema decidi logo que barrigas de aluguer, e doação de espermatozoides ou ovulos estavam fora de questão. qto ás barrigas de aluguer sou contra, só em casos mtos mto pontuais. não acredito no despreendimento das mães que alugam as suas barrigas em relaçao aos bebés. e depois como se faz com a licença de maternidade? gozam as duas mães?
ResponderEliminarE como se sente a mãe que está á espera do seu bebé? assiste ás ecografias? conheçe a mãe de aluguer? e o que a mãe de aluguer diz no seu emprego?
Enfim, para mim é demasiado complexo.
Maggie
Maggie,
ResponderEliminarÉ mesmo demasiado complexo, por isso acho que não pode ser nada decidido sem se pesarem bem todos prós e os contra.
Não pode ser só pensado para dar a possibilidade, a quem não a tem, de ter filhos.
Tem que se pensar nos filhos e nas pessoas que alugariam a sua barriga, mais até do que em quais as pessoas que poderiam recorrer a este método.
Mas esta é só a minha opinião...
Bjs
eu sou mto sincera, qdo tive a minha mais nova no hospital se Sta mARIA DIVIDI O QUARTO COM UMA RAPARIGA QUE DEVIA TER uNS 16/17 anos, já devia estar sinalizada pelo centro de saúde e assim que a bébé nasceu recebeu a visita da assistente social.
ResponderEliminareu fiquei horrorizda com as perguntas que lhe faziam, apesar de acreditar que era para bem da criança, afinal queriam certificar-se de que a criança ficaria bem com a mãe, eu achei aquilo de uma grande violencia, não consigo imaginar alguém ter um bebé e simplesmente da-lo e nunca mais vir a saber dele.
Sou preconceituosa e sou conservadora, isto a mim deixa-me em choque. Qdo me deparei com a infertilidade defini limites, e e isto já está mto longe de qualquer limite dentro do razoável.
Bjo
Maggie
Maggie,
ResponderEliminarNão parece que isso seja preconceito ou conservadorismo, mas responsabilidade e consciência do amor que se tem pelos filhos.
Eu também nunca me veria a dar um filho a não ser que fosse para o bem dele, a não ser que eu acreditasse que ter-me próximo lhe faria mal e que ele estaria melhor com outra pessoa.
Bjs
Não sabia que andavam a discutir isso, ando mesmo fora.
ResponderEliminarAcho que tens muita razão no que escreves-te. As barrigas de aluguer são óptimas para quem não tem a possibilidade de gerar uma criança, mas não estou a ver quem disponibiliza o corpo durante 9 meses sem ganhar nada com isso. A não ser que seja alguém da família que o faça de boa vontade...
Não querendo parecer demasiado feminista esta é uma lei criada só por homens não?! Esqueceram-se que quem aluga a barriga é um ser humano com sentimentos, acho que se fosse uma mulher a propor esta lei pensaria melhor sobre o assunto.
E olha há já muito tempo que sou a favor de legalizar a prostituição, seria certamente mais seguro para aqueles que nela trabalham. E sinceramente a prostituição é mais uma profissão uns gostam outros não, mas ela está lá não vale a pena tapar os olhos.
Ora aqui está um assunto sobre o qual ainda não consegui formar uma opinião. Acho que ainda tenho uma posição demasiado ambígua sobre isto e nem sei bem discorrer sobre isto. Concordo com alguns pontos teus, mas com isso levantam-se outras tantas dúvidas na cabeça.
ResponderEliminarSinceramente, acho que este país e a nossa sociedade ainda não está preparada para esta "revolução"...
Art And Life,
ResponderEliminarÉ isso mesmo que dizes, é fechar os olhos a uma questão que tem gerado muitos problemas na sociedade e que não se pretendem resolver. Será por interesses financeiros? Será por moralismo? Não sei, mas a verdade é que a questão da prostituição continua por resolver.
E as barrigas de aluguer estão a ser discutidas, porquê? Será para os partidos mais conservadores mostrarem o seu conservadorismo perante as pessoas que excluem (homossexuais e solteiros) e os partidos mais liberais mostrarem que são muito abertos, aceitam e pensam nos grupos marginalizados?
Também não sei, mas desconfio que que por trás de tudo isto estão jogadas políticas e não a tentativa real de dar oportunidade de ter filhos a quem não a tem.
Beijinhos
Naná,
Também acho que não está, mas acho que já é altura de se ir preparando e acompanhando a evolução da sociedade.
Beijinhos
Mammy,
ResponderEliminaresta questão a mim também me faz confusão. Se o óvulo não é da mulher que vai carregar a criança e se não conhece a origem do esperma, não interessa, essa criança vai crescer dentro dela. Mas que raio de mulheres conseguem desfazer-se de um filho? mesmo que seja para fazer muito feliz alguém? eu não entendo.
Nem eu, Tanita, nem eu!
ResponderEliminarBjs
Chamem-me antiquada mas nao aceito
ResponderEliminarkis :=)
É assustador a maneira como a vida é manipulada, qualquer dia a mulher já nao procria porque vai existir fabricas de fazer filhos, é só consultar no catalogo e escolher as diversas variedades e misturas...
ResponderEliminarbeijinho
Pois acredito que deve de haver muitos interesses por trás sem dúvida. Mas olha só te digo uma coisa, aqui estou para ver o desenrolar dessa lei.
ResponderEliminarFelina,
ResponderEliminarQualquer dia, é isso mesmo que vai acontecer, ou então nem sequer vamos poder escolher somos todos feitos a partir do mesmo molde e saímos todos iguais.
Bjs
Art And Life,
A lei ainda não foi aprovada, só foi discutida.
A ver vamos!
Bjs