Este fim-de-semana, tivemos a notícia de mais uma criança que se suicidou. Os motivos apontados são ter sido vítima de bullying e tratar-se de uma criança hiperactiva.
Ouvi, no programa da Sic, Querida Júlia, o jornalista Hernâni Carvalho e o psicólogo forense Paulo Sargento exprimirem algumas dúvidas quanto à escolha do método de suicídio para um menino de 10 anos.
Pelo que me pareceu ainda não há a certeza que se tratou realmente de um suicídio. Se não foi um suicídio possivelmente terá sido um homicídio... Um acidente parece-me menos provável...
Tanto no caso de um suicídio, de um homicídio, ou de um acidente esta história encheu-me de medo, muito medo, porque me fez tomar consciência (mais uma vez) que eu não consigo proteger o meu filho, nem dele próprio, nem dos outros, nem do mundo...
E reportou-me para quando ele esteve mais perto do outro lado do que deste e não pude fazer nada para o proteger...
Não estava com ele quando teve o acidente, não o acalmei no momento de pânico, não fui com ele na ambulância, não o salvei. Todas estas coisas foram feitas por outras pessoas e não por mim, que sou a mãe... Era eu que devia tê-lo salvado e não os médicos, porque eu é que sou a mãe e as mães é que deviam ter esta capacidade de salvar os filhos, de os proteger dentro de uma redoma de amor implacável!
A consciência desta incapacidade atormenta-me, porque antes do J. ter sofrido o que sofreu, eu achava que era capaz de o proteger contra tudo e todos (eu até me tornava numa fera quando sentia algum perigo em volta dele), mas não sou e nenhuma mãe o é... Infelizmente...
É de arrepiar, quando ouvimos estas histórias. Principalmente para quem é mãe.
ResponderEliminarMas temos de ter fé que eles vão ser capazes de vencer e conquistar os seus sonhos. Serem adultos felizes!
Não sei como era o ambiente familiar da criança em questão, mas muitas vezes, as crianças também não têm apoio em casa e fazem estas coisas, porque não tèm com quem falar.
Que história triste.
ResponderEliminarA mim também me assusta o facto de não conseguir estar em todos os lados e de não poder assim proteger o meu filho a toda a hora, mas temos de os deixar à sua sorte, é a lei da vida. Não concordo mas, é assim.
(oh querida também não sabia que o teu João tinha sofrido um acidente, bolas a vida tem sido cruel contigo, espero que te recompense daqui para a frente).
Bj**
Assustador perceber que já nem as crianças conseguem manter a infância e juventude de uma forma tranquila. Já são assaltados pelas depressões e tantas outras desgraças...
ResponderEliminarPaula
ResponderEliminarÉ verdade que há algumas crianças que não têm apoio em casa, nem as escolas têm capacidade para estarem atentas a todos, mas depois de ter ouvido falarem sobre esta questão na Sic, não consigo parar de pensar no desespero daquela criança e em como se devia sentir sozinha para se suicidar (se é que foi mesmo suicídio)...
Tanita
ResponderEliminarA vida não tem sido mais cruel para mim do que é para as outras pessoas, a diferença é que a mim, as coisas têm acontecido todas num curto espaço de tempo, umas a seguir às outras...
Mas também não é isso que me faz viver numa tremenda agonia, não vivo, vivo bem, estou feliz. No entanto, penso nelas... E já sabes, que pensar demais é meu grande defeito.
Não posso descolar-me do que me aconteceu, mas encaro-o como experiências que me ensinam qualquer coisa (espero eu) e apenas isso.
Não sinto pena de mim, nem quero que os outros sintam. O que digo aqui são desabafos e pensamentos, nada mais...
Bjs
Benedita
ResponderEliminarAs crianças de hoje são cercadas por demasiada informação, que ainda não são capazes de digerir. Já não há aquela inocência do desconhecido que havia antigamente e que nos dava a capacidade de não nos preocuparmos com as coisas da vida.
As crianças, agora, são atormentadas pelos mesmos fantasmas que nos atormentam a nós, pais, o bullying, a hiperactividade, as doenças, etc...
A informação em excesso provoca preocupações que anteriormente não existiam, porque, simplesmente, não se sabia.
O conhecimento é uma faca de dois gumes: traz-nos uma visão alargada das coisas, mas também nos traz algumas angustias.
E, no caso das crianças, devido à sua imaturidade, pode fazer mais estragos que nos adultos.
Querida,
ResponderEliminarAcho que és uma mulher de grande coragem em escreveres estas coisas e pena ninguém sente, eu vejo-te como uma mulher lutadora.
Bj**
Querida estes acontecimentos arrepiam qualquer um..."mas as crianças Senhor, porque lhes dás tanta dor..."já escrevia Augusto Gil.
ResponderEliminarTemos, no entanto, de fazer um esforço para não sofrermos por antecipação ou ao retardador.