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Mensagens

A mostrar mensagens de agosto, 2016

Adolescência e liberdade

Os casos de adolescentes que se agridem têm inundado a comunicação social. Ora os irmãos, filhos de um embaixador, que espancaram um rapaz de 15 anos; ora o rapaz de 16 anos que espancou outro de 14 até à morte. Para a comunicação social, estes casos são "doces". Geram polémica, opiniões controversas, ódios e amores e duram, duram, gerando imensos artigos com informações e contra-informações. O primeiro caso, conhecido por "caso dos irmãos iraquianos" pode ter "origens xenófobas", diz-se por aí. A verdade é que se não teve "origens xenófobas" pode vir a ter "fins xenófobos". O facto de se sublinhar que os gémeos são iraquianos na divulgação das notícias sobre este caso está a abrir caminho para potenciar ódios de cariz xenófobo. A opinião pública revolta-se contra os agressores, que não tendo desculpa pelas agressões, seja qual for a origem destas, relacionam-nos com a sua nacionalidade. "Ah e tal, são iraquianos!"; "E

Fragilidades

Há séculos que luto contra a ideia de se esconderem as fragilidades. Parece-me completamente surreal o ser-humano não ser capaz de aceitar as próprias lacunas ou as dos outros. Vivermos num mundo plástico em que só os ditos "vencedores" são considerados incomoda-me. Vencer, ser bem-sucedido em todas as áreas da vida, não existe. Temos falhas, tantas falhas que às vezes estas são mais do que os sucessos. Muito mais. Qual é o problema de sermos frágeis? Somos humanos, porra! Não há gente perfeita. Felizmente. Ser frágil significa que se que sente alguma coisa. Magoamo-nos, incomodamo-nos, sentimos. É bom termos a capacidade de sentir. A capa que alguns põem de vida perfeita é falsa e só mesmo uma capa. Para quê? Se é com as próprias fragilidades que mais aprendemos... Com os erros, com os constrangimentos, com aquele assunto que nos põe à prova. A vida engomadinha, bonitinha, arranjadinha, perfeita, é um embuste. Para os outros e, especialmente, para os próprios. Podí

A loucura da lucidez

Hoje, reli um texto que a minha mãe escreveu sobre a sua experiência enquanto doente oncológica. Reler os acontecimentos e vê-los assim, em catadupa, entrega-nos a um passado que julgávamos quase arrumado. Não que ele não nos tivesse ficado marcado, mas que o tivéssemos escondido por debaixo de recordações boas, como que a camuflá-lo. A história da minha mãe está enrolada na minha. Eu fui a primeira a experimentar esta coisa do cancro. Um linfoma de Hodgkin alojou-se-me no pescoço, escondido num gânglio. Fez dez anos em Abril. Dez, porra! Sobrevivi dez anos depois daquela porcaria me ter tentado estrangular. Estrangular pois... que morreria pelo pescoço. Depois de mim, a minha mãe. Com aquela porcaria na ponta do pulmão direito. Sorte ser o direito que tinha mais por onde cortar, que o esquerdo tem de deixar espaço para o coração. E que coração, o da minha mãe que até inchou durante os tratamentos! Na recuperação dela, o acidente. Onde ela, a minha avó e o meu filho levaram c

Das vestimentas e da hipocrisia

Imagem DAQUI Parece que esta imagem gerou muita conversa por aí... "Ai que é uma desgraça as egípcias andarem vestidas daquela maneira!"; "ai os direitos das mulheres estão desrespeitados!"; "ai que isto é um insulto à condição feminina!" e por aí fora. Pelo que uma das jogadoras egípcias disse AQUI  não me parece que ela esteja muito chateada por se vestir com aquela roupa toda, antes pelo contrário. Como já disse neste blogue, sou contra as religiões, não gosto, acho que não deviam existir. Mas como também sou a favor da liberdade, acho que cada um tem o direito de acreditar naquilo que quiser e de se vestir de acordo com aquilo que quiser. Ainda sou mais contra as religiões misturadas com os governos dos países. Acho que nunca se podem misturar, porque comprometem a liberdade de todos os que não têm religião. E não ter religião é um direito igual ao de ter. No fundo, o que me perturba mais aqui não é a roupa das moças. De nenhuma d

Harry Potter style

Enquanto fui buscar os meus óculos novos (que os antigos já estavam a cair de podres), o miúdo foi à bateria (instrumento, não a do telemóvel ou coisa que a valha) para fugir às compras que eu iria fazer a seguir. Após as compras, quando o fui buscar, perguntei-lhe: - Então, como correu a bateria? - Bem. E a ti como correram as aulas de magia? Aprendeste novos feitiços? Imagem  DAQUI