A conversa vem, assim, a propósito de nada. Saem-nos palavras que dirigimos um ao outro. Gosto de falar com ele...
Conversamos sobre tudo. Ou sobre nada.
Malucamos. Sinto-me rejuvenescer cada vez que maluco com ele. Brincamos parvoíces. Ele diz um disparate e eu digo outro. Para ser sincera, eu digo mais disparates do que ele.
Às vezes, quer-me parar.
- Mãe, pára com isso!
E eu não paro. E ele rir-se e acrescenta parvoíces ao que digo.
Tem um humor acutilante. Sai ao pai. Como gosto de ver nele aquilo que me encanta no pai. "Que bom ter herdado esta parte", penso. E é inteligente nas piadas. Porra, como é inteligente nas piadas! E não é só nas piadas. Porra, como é inteligente em tudo! E desce-me um arrepio na espinha. Porra, como o acho tão perfeito! E sei que não é, mas sinto-o perfeito na mesma. E o arrepio trepa-me a espinha. Morro de medo que lhe aconteça alguma coisa. Morro de medo.
E acho que a perfeição não existe, mas está nele. Morro de medo que ele fuja. Como um truque de magia, se desvaneça. Ou que não exista também, a par com a perfeição.
E um amor maior quase me sufoca. Porra, como amo este miúdo! Porra, como é perfeito este amor!
O humor dele escarafuncha. Pena haver quem não o entenda... Pena haver quem não tenha humor. Nem amor... Deve ser tão triste não conseguirmos rir dos outros nem de nós... Deve ser tão triste não sentirmos um amor assim, perfeito.
Deve ser tão triste... Porra!
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Vá lá, digam qualquer coisinha...
...por mais tramada que seja...