Engraçado ter de chegar aos 40 anos para perceber esta coisa da essência do amor... Olhar para trás e ver o quanto andávamos enganados quando julgávamos que nos amavam e afinal só nos queriam como adornos, ou porque éramos giros ou porque ficávamos bem num conjunto de gente igual a nós. Concluir que a beleza física é realmente um factor determinante nas relações pessoais, que é até capaz de incluir imbecis e rejeitar génios e que tem esse enorme poder de nos ludibriar, é revelador da idiotice de uma grande parte da nossa vida guiada por ideais estéticos e desolador quando tentamos encontrar aí algum significado. E é também revelador apercebermo-nos, aos 40, da diferença que provocamos nos outros se tivermos dez quilos a mais e constatar que somos muito menos inseguros agora, que não temos um corpo magro, do que quando correspondíamos às medidas de uma manequim. É revelador e irónico ao mesmo tempo. Mas sentir que, apesar de excluídos das selfies da gente bonita nas festas e