...querer ficar por lá!
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Foi assim no sábado passado... Eu e o pai do J. voltámos ao nosso querido Teatro da Comuna.
Se há teatro que amamos é este. Desde a simpatia contagiante do rapaz que vende os bilhetes até às peças de elevada qualidade, passando por todo o ambiente que se vive por ali enquanto se aguarda o início da peça, amamos tudo.
E eu gosto tanto de teatro que ir lá e calhar-me uma peça ligeirinha é uma decepção. Preciso de teatro um pouco como de uma terapêutica que tem de ser consumida com regularidade ou começo a ansiá-la muito. Ou a ressacá-la, como preferirem.
Considero uma boa peça, aquela que me coloca questões, que me chocalha as ideias e faz pensar. Gosto de ir para casa com ela na cabeça e discuti-la com o pai do J.
Teatro light não me serve. Coisinhas só para entreter, que não me excitem o cérebro? Não, obrigada! Mais facilmente vejo um filme da treta sem me chatear muito do que uma peça de teatro da mesma qualidade. Fico mesmo muito chateada quando sinto que estive a ver um espectáculo medíocre, quando sinto que vou para casa igual a como ali cheguei. É por isso que acho que o teatro também é transformação interior nossa, dos espectadores, e que só assim cumpre a sua função, transformando quem assiste, fazendo com que cada espectador leve um bocadinho dele para casa e o faça reviver dentro dele nas dúvidas e interrogações que exalta.
E o Teatro da Comuna tem peças destas, que excitam as mentes e interrogam os crentes. A maioria são peças de levar para casa e andar com elas durante dias. Às vezes meses.
Por esse motivo, sempre que estou indecisa entre duas peças, em que uma é na Comuna e outra não, escolho normalmente a da Comuna. Porque me garante que não vou passar por lá indiferente, porque me garante que vou sair a sentir-me cheia e viva, e pensante.
Esta peça específica, O Evangelho Segundo Pilatos, foi uma destas boas, que vai andar comigo uns tempos. O texto é bom, muito bom. O Carlos Paulo é maravilhoso e incansável, numa hora e meia em cena com um extenso e complicado texto para interpretar, o Hugo Franco não se fica nada atrás, apesar do papel mais pequeno, e o cenário simples não precisa de mais nada para encher a cena de significado.
Não deixem de ir!
Teatro e um lugar onde nunca vamos, talvez pelo preço elevado dos bilhete, talvez pela distancia, talvez...não sei porque, mas vamos mais depressa ao cinima do que ao teatro.
ResponderEliminarBeijinhos
Rosinha,
EliminarO teatro nem sempre é muito caro. Olha esta peça que às quartas e quintas tem bilhetes a 5€. É menos do que os de cinema, não é?
Experimenta ir um dia, vais ver que vais gostar!
Bjs
O teatro vicia, pena ser caro...
ResponderEliminarTanita,
EliminarComo disse à Rosinha, nem sempre é muito caro, olha este.
As peças mais caras são as que integram actores muito conhecidos da televisão. Às vezes, essas peças nem são as melhores!
Bjs