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Mensagens

A mostrar mensagens de junho, 2014

Troca de Garlaitinhos

J. a ver fotos na máquina do pai. - Tchiii, adoro esta! E esta. E esta. Eh pai, tiras fotos espectaculares! Não sei como consegues tirar sempre fotos tão boas... O pai olha-o com cara de "estás-me a dar graxa, estás". - Não, pai, isto não é troca de garlaitinhos! É a verdade! - Troca de quê? - Garlaitinhos. - De quê? - Troca de garlaitinhos. - Ah, troca de galhardetes?! - Pois... Mas não é! Imagem  DAQUI

Coração Elástico

Cheguei à conclusão que o meu coração é elástico.  Com os anos, vai-se a elasticidade da pele, mas fica a do coração. Melhora a do coração. Com a idade, tenho aprimorado a capacidade de encolher e esticar o coração num, cada vez, menor espaço de tempo.  Numa questão de segundos, o órgão que me comanda as pulsações passa de minúsculo a enorme. Ora me ocupa o peito todo e ainda me sobra para a barriga e pescoço, ora tenho que o procurar duvidando se não se perdeu por algum vaso sanguíneo.  Não digam a ninguém, mas ando desconfiada que a culpa desta elasticidade cardíaca é do meu filho... À medida que vai crescendo e saindo debaixo das minhas saias e asas, o meu coração intensifica os exercícios de estica/encolhe, estica/encolhe.  Volta e meia, o puto faz algo grandioso (sim o meu filho faz muitas coisas grandiosas) e o meu coração deixa de caber em mim. Meia volta e uma, está longe da saia e da asa e eu de rabo para o ar à procura de um coração minúsculo que me saltou do peito

Rubrica "O Melhor do Meu Dia"

Aderi a está rubrica, criada pela Catarina Beato, do blogue  dias de uma princesa , porque a achei uma boa ideia, positiva, alegre, para cima. Hoje, cheguei à conclusão que não faz sentido continuar com este sol ali ao lado. Não por achar que a rubrica deixou de fazer sentido, mas porque acho que nunca fez grande sentido neste blogue. Não sou uma pessoa positiva (pronto não sou, tenho que admitir) e as coisas boas da vida também não me impelem a escrever. Não escrevo só desgraças, é certo, também gosto de escrever humor, amor e outras coisas acabadas em "or", como dor por exemplo, mas "o melhor do meu dia" não é aquilo que me faz pegar na caneta, ou melhor abrir a folha das mensagens do blogger, e desatar a escrevinhar cenas. Não é, pá, pronto! Por estas razões e por outras, como por exemplo a vontade de fazer remodelações aqui no cantinho-mais-lindo-da-blogosfera, vou retirar o sol dali, ok?  No heart feelings! Amigos como dantes! dias de uma princesa

"A Morte Saiu À Rua"

Não se chorava ali. Cruzavam-se conversas do tempo, da escola, de negócios. De vez em quando do T.. Amigo, diziam. "Ele costumava passear-me na altura em que me separei. Pensava que estava pior do que realmente estava e achava que me distraía se me passeasse". Fez o mesmo com a minha mãe, lembrei-me. Passeou-a bastante para a distrair.  "Todos os sábados, ligava ao T. para tomarmos café. Este sábado ele já não está cá". Este sábado, o café já não vai saber ao mesmo e o mundo será mais pobre. Perdeu um amigo.  Não se chorava ali. E o assunto mudava. Falava-se do tempo, da escola, de negócios. De vez em quando do T.. "Não trataram dele como deviam no hospital. Um dia, cheguei lá e o ar-condicionado estava a quinze graus. O T. tremia." Já não treme agora. Nem o encontramos mais na rua. Ficamos à espera de o ouvir falar sobre o estado do país. Ficamos à espera das suas palavras tão certas. E da sua resistência. Resistência ao mundo, e às doenças. Era um

De Capa e Espada. Ups, não! De Capa e Fitas.

Por influência dos pais, o J. disse que não queria capa com fitinhas de finalista do quarto ano. Disse que não gostava, que não queria porque não queria. Pronto. A mãe, cheia de peso na consciência de fazer a criança ter estes arranques de personalidade de quem está sempre do contra, pergunta: - Tens a certeza? Não queres mesmo a capa? - Não, mãe, não quero. Aquilo é uma parvoíce! - Mas no fim da festa de finalistas, vão dar a capa a todos os meninos e tu vais ser o único que não tens. Não vais ficar triste? - Não, mãe, qual é o problema? Aquilo não tem piada nenhuma... - Mas vão chamar cada um de vocês ao palco para entregar a capa e a ti não vão entregar nada. Tens a certeza que não queres que eu compre as fitas? - Tenho, mãe, já disse que não quero! - Então, quando fores grande e andares no psicólogo, não me venhas cá culpar de não teres uma recordação do quarto ano, ok? - Pronto, mãe, está bem, compra lá as fitas!

Chego Tarde

Tento adivinhar-te Aqui, a esta pouca distância Será que já dormes? Imagino-te o sono lento E solto A respiração compassada As costas trémulas Acordar-te Ou adormecer-te no meu regaço Será que já dormes? E chego tarde Como sempre.

Tempo Sem Fim

Cheiro da rua sem escapes Ar, narinas adentro, até ao fundo Céu rosa e amarelo lá longe onde a paisagem se faz tela Saudades da terra e da erva Saudades dos fios da palha nos dedos Rua que passa na janela do comboio à distância do vento na face Boca aberta e língua encortiçada pela pressa da viagem Saudades do tempo sem fim

Liderança

DAQUI Há pais que aspiram ter filhos líderes, que saibam comandar, que se sintam à vontade em qualquer ambiente, que brilhem sempre, que mobilizem multidões. Há pais que tentam que os filhos frequentem todos os ateliers, actividades, ou workshops para adquirirem, entre outras, capacidades de liderança. Nós não somos desses pais. Mas o nosso filho é desses filhos. O sacana do rapaz é um líder nato. E, ao contrário dos pais que querem filhos líderes, nós não ficamos inchados quando o vemos a comandar as tropas, ficamos assim como que envergonhados. Não gostamos de o ver a querer mandar nos outros, achamos que é um pouco prepotente. Quando lhe dá para brilhar e destacar-se num qualquer espectáculo escolar, não nos esticamos, para quem procura os pais daquele miúdo nos encontrar, mas encolhemo-nos e tentamos esconder-nos um atrás do outro para que não nos descubram. Somos uns pais mais recatados do que o filho e a exposição pública incomoda-nos. Mas o miúdo gosta de dar nas

Não Batam Mais No Carlitos!

Li por aí várias críticas, tanto à entrevista do  Dr. Carlos González , quanto aos comentários do Dr. Mário Cordeiro à mesma entrevista. Para ser sincera não li os comentários do Dr. Mário Cordeiro, apenas a entrevista do Dr. Carlos González e não achei nada de tão terrível na entrevista do espanhol que valesse tamanha exaltação. Antes pelo contrário, concordo com a maior parte das opiniões ali expressas, mas penso que a mensagem ou não foi passada da melhor maneira ou a maior parte das pessoas que a critica sentiu-se picada e começou a defender-se desenfreadamente como se o Carlitos a estivesse a recriminar de algo abominável. Dividindo a entrevista por temas, escolho os seguintes, que me parecem mais relevantes: 1- Castigos 2- Dormir com os pais 3- Disciplina (qualidade interna versus imposição externa) 4- Creches 5- Importância do instinto na educação 6- Comparação das crianças com adultos 1- Pegando nos castigos, já falei AQUI  sobre eles. Acho que está pratica