Mais uma vez, fui ao teatro e trouxe de lá uma história para pensar. Não só sobre o conteúdo em si, pois o assunto que aborda já anteriormente preenchia as minhas dúvidas, exaltações, indignações, mas sobre a forma como parte do público encara o teatro. A peça é pesada, mexe connosco, utiliza elementos tabu como crianças, comida, livros, palavrões. Elementos estes que não nos deixam indiferentes e fazem-nos pensar, fazem-nos remexer nas nossas vidas , interrogarmo-nos sobre o que andamos aqui a fazer e sobre o significado de um mundo industrializado demais, capitalista demais, onde apenas consumimos e não criamos nada, porque já está tudo criado, pronto a digerir o mais rapidamente possível e antes que arrefeça, pois mal arrefeça passa a ser inconsumível. No final da peça, tivemos a oportunidade de ter uma conversa com o actor (Gonçalo Waddington), o encenador (John Romão) e a assistente de encenação (Solange Freitas). Fizeram-se perguntas, cujas respostas foram extremamente