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A mostrar mensagens de outubro, 2011

MUDE

Como apreciadora que sou da Pop Art em geral e de Andy Warhol, Keith Haring e Roy Lichtenstein em particular, tudo o que são peças de arte ou de design coloridas, vanguardistas e a cair para o pós-moderno seduzem-me o suficiente para me fazerem sair de casa apenas para as ir contemplar. Deste modo, e como as oportunidades não se devem desperdiçar, na hora que durou entre ir buscar os bilhetes reservados ao teatro e o início da peça, eu e este homem que me atura há uns aninhos, demos um saltinho ao Mude - Museu do Design e da Moda , na Rua Augusta, que já conhecíamos e que gostamos de revisitar sempre que possível, pois além de ser um dos pontos em que estamos em consonância, aproveitamos para nos actualizarmos do que de novo se faz em design . Uma das peças que nos deixa sempre a salivar é este sofá, que ficaria perfeito na nossa sala, entre muitas outras coisas, que nunca poderíamos comprar, mas que ali podemos apreciar de graça ! Imagem roubada, a título de empréstimo, ao site

Petra Von Kant

Folheto da peça Finalmente, consegui ir ver As Lágrimas Amargas de Petra Von Kant .  Aleluia, aleluia, aleluia,  aleluia !!!! Posso dizer-vos que satisfez as minhas expectativas, que eram um tanto ou quanto elevadas.  A peça apresenta-nos o amor (personificado e centrado num triângulo amoroso constituído por 3 mulheres, que podiam ser 3 homens ou uma mistura de pessoas dos dois sexos), as relações onde o sujeito que ama não é, simultaneamente, o objecto de amor do outro, o desejo, a rejeição e o desespero a ela associado. É uma peça forte que nos deixa a pensar na veracidade das relações, na sua intensidade, no seu poder e nas suas consequências... As seis actrizes que dão corpo às personagens, também lhes dão alma e fazem-nos acreditar que aquelas pessoas existem à nossa volta, mais próximas e mais reais do que poderíamos imaginar... Recomendo a quem gosta que o teatro o faça interrogar-se, mas não aconselho a quem pretender sair da sala com a mesma leveza com que entrou...

Céu

Adoro o céu! É aquela personagem que está sempre presente na minha história, para a qual olho e sinto qualquer coisa de muito forte. O céu persegue-me e eu a ele, sempre. Como pessoa temperamental que sou, deixo que seja ele a ditar o meu estado de espírito diariamente e tanto me dá conforto e segurança, como me dá uma irritação terrível. Não pensem que isto tem alguma conotação religiosa, até porque eu não tenho religião, nem sequer acredito em Deus ou Deuses. Respeito as crenças dos outros, porque acredito que elas lhes dão força para enfrentarem as coisas da vida e porque é um direito de cada um ir buscar forças onde bem entender. Porém, eu não acredito, que se houvesse um Deus ou Deuses, ele(s) permitiria(m) tanta injustiça, como a que há neste mundo. Desculpem-me os mais crentes, que dirão que a injustiça faz parte do ensinamento de Deus, mas isso é uma treta! Se existisse um Deus todo-poderoso, ele já teria percebido que a altura de mudar de estratégia já tinha chegado, há muito

Coisas De Que Não Me Posso Queixar

Se há coisas de que não me posso queixar (se me ouvirem nem que seja numas breves lamurias, batam-me, por favor!) são o meu filho não comer ou não dormir bem. Desde sempre que o miúdo cá de casa é bom a comer e a dormir. Posso até dizer que se especializou na coisa... Enquanto mamava, nunca chorou com fome, nem me fez chorar por não comer e com um mês de idade já dormia a noite toda, de tal maneira que eu tinha que ir lá acordá-lo para lhe dar de mamar (esta mãe é mesmo má!). Agora, come praticamente tudo, acompanha-nos na comida indiana, na chinesa, na japonesa e até na portuguesa, vejam só! Não faz fitas à mesa e a sopa é o prato que come com mais satisfação! (Já estão cheios de inveja, não é? Então esperem um pouco, que o melhor ainda está para vir...) Com seis meses, a cama dele saiu do nosso quarto e foi para o dele, sem choros de arrancar os cabelos, assim pacificamente... Nunca adormeceu na nossa cama, a não ser em raríssimas excepções: quando estava doente ou quando "esta

A Máquina

A máquina trabalha incansavelmente sempre ao mesmo ritmo. Faz o mesmo trabalho diariamente sem saber que o faz, repete, e repete, e repete... A máquina não aceita velocidades sem ritmo, cadências desgovernadas, não aceita desequilíbrios, formatos diferentes... Trabalha independentemente da sua vontade e para isso, basta que lhe carreguem no on... Se por   algum motivo pára ou dá erro, alguém tem que o resolver e voltar a pô-la a trabalhar... Só faz aquilo para o qual está programada, tudo o que fuja aos parâmetros convencionais, não está habilitada e pára, apita, dá erro. Se há algumas que permitem ser reprogramadas ou actualizadas, outras não... E ficam no mesmo movimento até que, enfim, alguém, cansado do seu barulho, ou do seu movimento monótono, prima off. Se, por exemplo, observarmos com atenção, a máquina que coloca tampas em garrafas, podemos perceber facilmente que se lá pusermos um copo, ela não o tapa, deixa cair a tampa no seu interior como se não se tratasse de um copo

Ao Contrário

Enquanto procurava o tal livro que explica como se fazem os bebés, encontrei estes dois. São histórias contadas ao contrário, onde conhecemos uma princesa que salva o príncipe, um burro inteligente, uma bruxa boa, um fantasma assustado, um rei sem trono e uma variadíssima quantidade de outras personagens divertidas que nos são apresentadas através de histórias que são, também, cantadas. Cada um deles traz um CD, com as músicas que podemos ouvir e dançar. São uns livros engraçados que tornam as personagens-tipo das histórias para crianças em atípicas e mostram às crianças que tudo tem um outro lado e que as pessoas não são estandardizadas. Os mais pequeninos vão gostar e os maiorezinhos não desgostarão, com certeza...

Criança Suicida-se

Este fim-de-semana, tivemos a notícia de mais uma criança que se suicidou. Os motivos apontados são ter sido vítima de bullying e tratar-se de uma criança hiperactiva. Ouvi, no programa da Sic,  Querida Júlia, o jornalista Hernâni Carvalho e o psicólogo forense Paulo Sargento exprimirem algumas dúvidas quanto à escolha do método de suicídio para um menino de 10 anos. Pelo que me pareceu ainda não há a certeza que se tratou realmente de um suicídio. Se não foi um suicídio possivelmente terá sido um homicídio... Um acidente parece-me menos provável... Tanto no caso de um suicídio, de um homicídio, ou de um acidente esta história encheu-me de medo, muito medo, porque me fez tomar consciência (mais uma vez) que eu não consigo proteger o meu filho, nem dele próprio, nem dos outros, nem do mundo...  E reportou-me para quando ele esteve mais perto do outro lado do que deste e não pude fazer nada para o proteger...  Não estava com ele quando teve o acidente, não o acalmei no momento de p

Desafio da Tanita

Vou, agora, responder ao desafio da  Tanita : 5 Coisas a fazer antes de morrer: -Levar o meu filho a ver um jogo de basquetebol da NBA; -Dar a volta ao mundo de  autocaravana ; -Conhecer o meu J. em adulto; -Desenvolver um projecto inovador; -Viver numa casinha à beira-mar. 5 Coisas que faço bem: -Caril de camarão; -Dar aulas de equitação; -Tratar de animais (desde que não sejam peixes); -Ouvir os outros; -Pensar (pelo menos penso muito, não sei se bem...) 5 Defeitos: -Pensar demais; -Não suportar mal-entendidos; -Ser preguiçosa; -Não me calar perante as injustiças; -Ser demasiado honesta (lixo-me sempre com esta!). 5 Coisas que adoro: -O meu filho (claro!) -O homem que divide a cama comigo; - Melancia ; -Cavalos (claro!); -Arte. 5 Coisas que detesto: -Que me tentem enganar; -Ver o meu filho triste ou doente; -Arrumar coisas pequeninas; -Coisas típicas de gaja (por cremes, ir às compras, fazer depilação, etc.); - Açorda. 5 Pessoas a passar o desafio: (Esta é mais difícil, como sa

Tipo de Letra II

A pedido da minha mãe (e como um pedido de uma mãe não se deve recusar) lá tive que mudar o tipo de letra outra vez. Ela dizia que não se percebia nada da pontuação... E como professora de português que é, estava a fazer-lhe muita confusão... Ok mãe, já está! Melhor assim?  

Beijos na Boca

-Há mães que não gostam dos filhos? -Há, poucas, mas há. Há pessoas más em todo o lado, até mães... -Como é que elas não gostam de uma pessoa que saiu de dentro delas e que cheira como elas? -Não gostam... -Mas se elas não gostam dos filhos porque é que os tiveram? -Às vezes as pessoas têm filhos sem quererem... Acontece... -Como? -Estão a fazer amor e a sementinha vai para a barriga... -Mas se não querem ter filhos não ponham lá a sementinha... Como é que ela vai para a barriga? Ah, já sei, é pela boca, não é? É com os beijos na boca... -Não, J., as sementinhas vêm pela pilinha dos pais e, vão através dos pipis das mães, até à barriga... -Mas como? Mãe, explica-me tudo e não me escondas nada! -Ok, logo, vamos voltar a ver aquele livro que explica como se fazem os bebés e aí explico-te tudo, está bem? -Vou já procurá-lo! Ele procurou-o, mas não o encontrou. E eu também não... Onde poderá estar o raio do livro? Socorro, preciso de um livro que me ajude a desenvencilhar-me desta!!!!! Al

Será impressão minha?

Será impressão minha ou Lisboa tem mais casais homossexuais assumidos? Quando fui ontem ao Teatro do Bairro, vi tantos casais de lésbicas e gays, que fiquei a pensar se o número de pessoas que assumem uma opção sexual diferente não estaria a aumentar... Se não for impressão minha e se estiverem mesmo a aumentar é um sinal que a sociedade (mesmo que seja muito lentamente) está a mudar e está a mudar para melhor. A opção sexual de cada um, faz parte da sua vida privada, ninguém tem nada a ver com isso e se a assumem publicamente é porque têm coragem para enfrentar a discriminação a que passam a ser sujeitos. E se têm coragem é porque estamos perante um sociedade menos discriminadora e mais aberta à diferença. E se temos uma sociedade mais aberta à diferença é porque estamos a evoluir no caminho da verdadeira democracia e da igualdade de direitos. E se estamos no caminho da verdadeira democracia é porque a liberdade de cada um de nós está a aumentar. E se... E se... E se ... -Pára de

Comédia de Desenganos

Pois é, ainda não foi desta que vi As Lágrimas Amargas de Petra Von Kant ! Os bilhetes estavam esgotados mais uma vez, por isso, fomos ver a  Comédia de Desenganos e desengane-se quem pensou que não foi uma boa peça, porque foi MARAVILHOSA !  Eu estava um bocado renitente em ir vê-la, pensava que talvez fosse uma daquelas peças chatas em que a complexidade da linguagem não nos deixa perceber nada da história, mas fui agradavelmente surpreendida e, apesar da linguagem não ser das mais acessíveis, não teve nada de chata, pois a temática é actual e faz-nos pensar. (Para mim, tanto os filmes como as peças de teatro têm obrigatoriamente que nos pôr a pensar, senão não vale a pena o tempo que se perde e o dinheiro que se gasta). Começando na luz, passando pelos figurinos, som, texto, encenação, e terminando na direcção e interpretação dos actores, posso dizer que me encheram a alma e fizeram-me vir para casa a pensar que a vida não passa de um acumulado de desenganos e que é atravé

Um Pouco de Hipoterapia

Não vou falar de hipoterapia de uma forma científica, primeiro porque não tenho um conhecimento assim tão aprofundado sobre a questão para que me possa atrever a ir por esse caminho, segundo porque seria maçador para a maioria de vocês. Assim, venho falar-vos de uma hipoterapia a tender para a equitação terapêutica, mais centrada no meu conhecimento do cavalo do que nas necessidades da pessoa com deficiência.  Pelo meu conhecimento do animal em causa, posso dizer que o cavalo é caracterizado por ser um animal dócil, de grande porte (que impõe respeito e algum medo salutar), com andamentos reguláveis que proporcionam movimentos tridimensionais a quem o monta. A docilidade do cavalo facilita a aproximação do cavaleiro ao animal, enquanto o porte altivo impede o excesso de confiança e potencia uma atitude de sobreaviso. Os andamentos do cavalo são o passo (movimento lento a quatro tempos), o trote (movimento intermédio a dois tempos) e o galope (movimento rápido a três tempos). Cada

Carta a Quem Me Lê (Especialmente a Quem Não Assume Que Lê)

Já que estou numa de cartas, aqui vai: Caros leitores, Venho, por este meio, informar-vos, que vos escrevo de coração aberto e recebo, com todo o prazer, as vossas opiniões, sugestões, críticas, conselhos, enfim, o que desejarem ... Pretendo, acima de tudo, que este seja um espaço de partilha, troca de informações, desabafo, discussão. Porém, prezados leitores, lamento desiludir alguns de vós, mas não posso deixar de vos esclarecer que aqui não se aceitam maledicência nem críticas desprovidas de qualquer sentido construtivo, no entanto, todas as outras são recebidas com muito gosto e de braços abertos.  A todos aqueles cuja intenção for dizer mal só por dizer, pergunto: - O que é que estão aqui a fazer?   Vão mas é ver a Casa dos Segredos!

Carta Para Ti Que Me Aturas Há Tantos Anos

Escrevo-te esta carta porque: Faz hoje cinco anos que fomos ao Registo Civil assinar um papel (que já nem se assinava), onde confirmámos legalmente que iríamos continuar a ser um para o outro o que tínhamos sido até aí, onde respondemos que não tínhamos alianças quando nos disseram que as podíamos trocar e onde não nos beijámos no final, porque o preferimos fazer, sozinhos, numa noite de núpcias que foi igual a tantas outras em que consumámos este amor que nos une. Nesse dia, eu estava doente, feia, o pouco cabelo que tinha estava horrível, inchada dos corticóides, frágil e com poucas perspectivas futuras e, apesar de tudo, tu não me abandonaste, não deixaste de me amar e foste a principal razão, juntamente com o J., para que eu lutasse e não desistisse de gostar da vida. Nunca deixaste de me olhar como se eu estivesse linda (apesar de todos sabermos que eu não estava), nunca duvidaste em ficar ao lado de uma pessoa que podia não ter muito tempo, nunca vacilaste, nunca desististe..

I Just Want To Grow Old

Porque há cinco anos atrás, eu não sabia se iria estar aqui agora... What were all those dreams we shared those many years ago? What were all those plans we made now left beside the road? Behind us in the road More than friends, I always pledged cause friends they come and go People change, as does everything I wanted to grow old I just want to grow old Slide up next to me I'm just a human being I will take the blame But just the same this is not me You see? Believe... I'm better than this Don't leave me so cold I'm buried beneath the stones I just want to hold on I know I'm worth your love Enough... I don't think there's such a thing It's my fault now Having caught a sickness in my bones How it pains to leave you here With the kids on your own Just don't let me go Help me see myself cause I can no longer tell Looking out from the inside of the bottom of a well It's hell... I yell... But no one hear

"Ma" Man

Se há pessoa que admiro, é este homem com quem um dia me casei. E casámo-nos, vai fazer depois de amanhã, 5 anos, após 10 anos de namoro. E só nos casámos por questões legais, porque se fosse por amor, não precisaríamos do casamento para o provar. Eu estava a viver o meu problema oncológico, já tínhamos o J. e achámos melhor regularizar a situação, caso eu partisse desta para melhor (ou pior). Nunca precisámos do casamento, ou de alianças, ou de frases feitas que soam bonitas, mas nada dizem, para termos a certeza que nos amávamos. Claro que tivemos e temos as nossas zangas, dúvidas e choques de personalidade, mas ao fim de tantos anos, posso dizer que as fomos conseguindo resolver, não só superficialmente, mas também e especialmente dentro de nós. Ele foi e continua a ser a minha outra face, a minha alma gémea, aquele que me completa e sem o qual eu não seria como sou hoje. Ao longo de tantos anos, fomos aprendendo um com o outro e, acho eu, que o conseguimos devido ao respeito que te

"Gatossoa"

Como já disse anteriormente, temos um gato em casa. Tal como os restantes membros desta família, o nosso gato não é um gato normal. Ele pensa que é uma pessoa e eu começo a duvidar se ele não estará certo... O felino mais novo cá de casa (porque o mais velho sou eu, que sou Gato no signo chinês) adora comida de gente, olha-nos como se percebesse perfeitamente do que estamos a falar e comporta-se como um menino mimado quando não lhe damos atenção... Tenho-me visto, literalmente, às aranhas com ele, pois inferniza-nos a vida de tal maneira que nos tira do sério em milésimas de segundo. Se está descontente com alguma coisa, desata a fazer asneiras compulsivamente, umas atrás das outras e sem nos dar tempo de nos recompormos da anterior.  Ele é de tal maneira inteligente, que quando pensamos que ele finalmente decidiu seguir o caminho do menino bem-comportado, nos dá a volta com uma pinta incrível e recomeça uma secção de asneiras inesperadas.  Estou naquele ponto de desespero em que

Indignada

Fui à manifestação de sábado, porque estou indignada com o caminho que este país está a seguir e porque sou uma indignada por natureza! Indigna-me este governo, tal como me indignaram os outros, indigna-me este povo adormecido, indigna-me este mundo agarrado à economia e esquecido do humanismo, indigna-me esta humanidade desumana... Fui lá, a acreditar que seria mais uma a contabilizar num grupo que quer democracia verdadeira e crê que as pessoas são mais importantes que os euros. Enquanto ali estive, não me apercebi de atitudes menos pacíficas, mas, um pouco mais tarde, parece que a coisa descambou por momentos, regressando depois à calma inicial. Não assisti a actos de violência, mas encontrei algumas marcas de vandalismo enquanto regressava para o carro. Por esse motivo, a minha indignação abrange alguns manifestantes, que aproveitam a ocasião para invadirem os super-mercados e cafés das redondezas onde compram (quando compram) litradas de cerveja com que se embebedam até caí

Guerra das Tampinhas

Imagem retirada da Internet Estou em guerra aberta às tampinhas dos iogurtes líquidos que o J. traz nos bolsos das calças todos os dias. Ele leva tão a sério a recolha das tampinhas que enche os bolsos delas... Acho óptimo o seu sentido ecológico e solidário, mas o pior é que só as descubro depois das calças terem ido à máquina. Estou farta de lhe dizer para as por na mochila, mas ele esquece-se, porque leva o iogurte para o recreio, põe a tampa no bolso e quando chega à sala nunca mais se lembra de a guardar na mochila. Como não estou habituada a que ele tenha coisas nos bolsos, não os revisto antes de pôr as calças na máquina e lá vão elas tomar um banhinho. Se encontrarem por aí umas tampas bem lavadinhas e a cheirar a detergente da roupa, são as do J.!

Tipo de Letra

Alterei o tipo de letra dos posts, pois fui avisada pela  Dorushka  que com o outro não os conseguia ler muito bem. Partilho a mesma opinião e já estava para o fazer há algum tempo, mas como ninguém ainda se tinha queixado, fui adiando... Por favor, dêem-me as vossas opiniões... Se conseguem ler bem este, se gostam do novo visual, etc., etc... Thank you

A Separação dos Pais

Imagem retirada da Internet Este assunto tem andado na minha cabeça desde pequena. Desde que os meus pais se separaram, que tento perceber o que é que eu faria se fosse mãe e se me separasse.  Possivelmente, teria feito o mesmo que eles, dada a época em que aconteceu, mas, sinceramente, não sei ... Nos dias de hoje e a partir do momento em que deixei de ser só filha e passei a ser também mãe, comecei a achar que não lutaria por um poder paternal exclusivamente meu. Gosto da ideia da custódia repartida, acho-a mais saudável para todos, especialmente para os filhos. A imagem de os ver a saltitar entre a casa da mãe e a casa do pai, assusta algumas pessoas, mas eu prefiro-a às restantes opções. Não será melhor, para as crianças, terem duas casas a serem privadas do convívio com um dos progenitores ou a só contactarem com ele num fim-de-semana em cada 15 dias?  Eu acredito que sim, até porque ter duas casas, não é assim tão mau ... É possível fazer com que as crianças se sintam bem n

Ignorância

A ignorância é um mal maior do que a sida, o cancro, ou outra doença qualquer que há-de vir ... A ignorância é um bicho que se instala no cérebro, reproduz-se, alimenta-se da massa cinzenta do hospedeiro e impede a entrada de qualquer coisa que não seja mais ignorância ... - A ignorância é um mal do povo! - dirão alguns.  Não é só um mal do povo é um mal do ser humano, mesmo do mais letrado, instruído, informado ou culto, que peca tantas vezes por ser portador do maldito parasita.  Por vezes, a ignorância está apenas intrínseca no desconhecimento do próximo, nas vivências que se ignoram ou na história que não se presenciou. E aí, julga-se sem dó nem piedade ... Julgam-se os actos e as palavras, sem se saber o que realmente se está a julgar ... Esta ignorância é a mais mortífera, não só para os seres circundantes, mas também, e especialmente, para quem a transporta.  É esta, a dos cultos, a mais cruel, pois possui laivos de superioridade que são arremessados com a intenção de aniqui

Desabafo

Às  vezes, quando faço um rewind à minha vida, penso que não consegui fazer nada de jeito. Se morresse neste momento, o que ficaria de mim neste mundo?  Algumas lembranças em quem me ama, nada mais!

Amor de Mãe

Tenho constatado, nestes últimos anos, desde que sou mãe, que o amor de certas mães pelos seus filhos tem peso e medida, que às vezes começa onde menos se espera e acaba quando menos se espera ... Desconhecia este facto até me deparar com certas situações, no mínimo estranhas ...  Não estou a julgá-las, mas a questioná-las, pois parecem-me "estranhas"...  Quando uma mãe que só tem um bocado de carne em casa, o come, em vez de o dar aos filhos, com a desculpa de que se não o comer, não terá forças para tratar deles, fico a interrogar-me se este amor não será muito limitado ... Ao ter-me apercebido que há vários tipos de amor de mãe, também me deparei com alguns infindáveis, que de tão grandes que são, não podem caber nos corações das mães que o sentem. Conheci uma mãe, durante o período de internamento do meu filho, que admiro muito (e talvez inveje um pouco a sua capacidade de amar).  Ela tinha uma filha que nasceu com uma malformação. Esta menina tinha cinco anos, já ti

Homens

Que me perdoem os (poucos) homens que se enquadram neste perfil, mas que apesar disso são meus amigos. Não pretendo com isto ofender-vos, nem a vocês nem a ninguém, mas estou a ficar velha e, por esse motivo, há coisas para as quais já não tenho grande pachorra...  Homens que só falam de futebol, mulheres, carros e (muito) pouco mais, dão cabo da minha (pouca) paciência em três tempos (basta-lhes tocar num destes temas e os meus ouvidos bloqueiam instantaneamente). Desculpem-me, mas a vida do Cristiano Ronaldo não me interessa nada! Se jogou bem ou mal, se vai casar ou não, se disse isto ou aquilo, é-me igual ao litro!  Nem as más-criações do Mourinho me fazem qualquer mossa... Se falou alto, levantou o braço ao árbitro, ou lhe deu uma murraça, é-me totalmente indiferente... Não tenho curiosidade em saber quanto ganham, nem quantas casas compraram ... Se o campeonato está a correr bem ao Benfica ou se o Sporting jogou mal são temas que não me despertam grande interesse

Beijos Invisíveis

Nós os três, no elevador ... O J. diz: - Dá um beijinho na boca do pai! Obedeci,  contrariadíssima   ... - Agora, dêem um beijinho na cara! Nós demos...  mais uma vez, muito aborrecidos... - Porque nunca dão beijos na cara? - Nós damos... - Então, porque é que eu nunca vejo?

Teatro

Isto do teatro tem muito que se lhe diga ... Ou saímos de lá completamente cheios ou completamente vazios ... Ontem, fomos ver a peça O Apartamento , produzida pela Tenda Produções, no teatro da Comuna.   Não sei se foi por irmos logo no dia seguinte à estreia e a peça ainda não estar bem consolidada, ou se eu estava com expectativas muito elevadas, mas não me convenceu. Folheto da peça Achei os actores demasiado "robóticos", pouco naturais e a faltar-lhes expressividade ... Na plateia alguns "moranguinhos" assistiam, possivelmente para ver se aprendiam mais alguma coisita, pois um verdadeiro actor tem que passar pelo teatro, nem que seja na cadeira de espectador! E eu vim-me embora de lá desconsolada e desejosa de ir ver outra peça o mais rapidamente possível para me livrar deste vazio que me invadiu as vísceras ... A   Petra Von Kant  que me aguarde, pois brevemente estarei de lenço em punho, pronto para lhe secar as lágrimas amargas ...

Pê de Pai

Não há só um livro para a mãe, o pai também não foi esquecido ...  Se temos um coração de mãe em constante mutação, também temos um pai inteirinho que se transforma consoante as necessidades do seu pequenote.  Este livro é para as noites em que são os pais a contar a história antes de dormir ... Em poucas palavras diz tudo!

Coração de Mãe

Este livro é maravilhoso! Encontramos nele todas as "mutações" de um coração de mãe. Aconselho a lerem-no com o vosso filho ao colo ...

Nome de Código

Quando estávamos na Dinamarca, o J. deparou-se com uma quantidade de novas palavras que, apesar de não serem nada estranhas a qualquer um de nós, para ele foram novidade e, como tal, não as sabia pronunciar ou não se lembrava quais eram. Assim, decidiu inventar um dialecto próprio, que passou a funcionar como "private joke" durante toda a nossa estadia. Dizia frases deste tipo: Imagem retirada da Internet -Não nos podemos ir embora sem vocês beberem uma Carbone ! Imagem retirada da Internet   -Está-me a apetecer tanto um Trombone ... Imagem retirada da Internet -Neste hotel há Néstia no frigorífico! Imagem retirada da Internet -Estes dinamarqueses têm Dans Critians em todo o lado! E nós riamo-nos que nem uns perdidos ...  Acho que havia quem pensasse que "não jogávamos com o baralho todo"... Mal eles sabiam que estavam certos  ...

O Mundo ao Contrário II

Peço-vos que oiçam com atenção e integralmente o José Mário Branco, de mente aberta e independentemente das vossas escolhas políticas. Não se trata de propaganda de qualquer espécie a razão porque vos peço para o ouvirem, apenas penso que reflecte o Portugal de hoje e o caminho que estamos a percorrer com destino a uma total perca de valores e inversão das prioridades. Oiçam-no sem juízos prévios, pois só assim conseguirão sentir a profundidade das suas palavras. Este texto tem a capacidade (pelo menos para mim) de tocar no mais profundo do nosso ser, remexê-lo e deixar vir à superfície a nossa essência, pois esta, que está muitas vezes adormecida, é o melhor que temos em nós. (Não levem os palavrões muito a sério, encarem-nos como um desabafo).

Pessoas

É verdade, esta história de se ser mãe não é nada fácil, não só porque temos que dar o nosso melhor na educação dos filhos, mas também porque temos que lidar com uma grande variedade de pessoas que interagem com eles. Quando nos deparamos com alguém que não se segue pelos mesmos padrões educativos que nós, a coisa fica muito complicada e piora quando essa pessoa têm um papel importante na formação dos pequenotes. Assisti a uma dose de ressentimentos, expelidos por uma boca cheia de incompreensão do que eu sou enquanto mãe, convencida que estava repleta de sapiência ... É doloroso para uma mãe, que se esforça tanto por gerir os elogios que dá a um filho, para que este não perca a auto-estima, com os desapontamentos que ele tem que viver para que se torne mais forte, ouvir dizer que é aquele tipo de mãe permissivo ao ponto de estar criar um pequeno ditador. Ainda mais, quando a pessoa que profere estas palavras não sabe do que está a falar por, simplesmente, se negar a tentar perceber

Nós, as Loiras

Se há coisa que aprecio é tomarem-me por estrangeira, quando visito um monumento em Lisboa ou quando vou a um qualquer estabelecimento comercial no Algarve.   Se me mantenho em silêncio, posso ouvir tudo o que pensam realmente de mim, pois dizem-nos à boca cheia para se vangloriarem da sua (suposta) superioridade. É um privilégio, acreditem! As segundas intenções ao abordarem-nos, ficam escancaradas, esparramadas nas palavras que proferem. Depois, adoro mostrar-lhes que sou portuguesa e que entendi o que disseram e, para isso, basta-me proferir uma única palavra em português. Ficam completamente desconcertados, encavacados e até corados! Maldade minha? Talvez ... Mas ser-se loira, em Portugal, não tem só vantagens ... até tem mais desvantagens! As anedotas de loiras, que fazem questão de nos contar, até são a parte mais divertida da coisa, pois algumas são bem engraçadas! Muitas vezes, perguntam-me "és loira verdadeira ou pintada?", com a intenção de me catalogarem num de

No Nosso Reino

A história do  Carro-Explosivo  está a mexer, de tal forma, com o cérebro do membro mais pequeno deste reino, que o mesmo passou a achar que tudo explode à mínima faísca. Enquanto estes míseros servos reais se deleitavam no teatro, o infante ficou sob observação atenta da matriarca-mor, no nosso castelo desassombrado.  Após o repasto, decide que precisa, impreterivelmente, entrar em contacto connosco a pedir autorização para utilizar o mensageiro electrónico, que dá pelo nome de computador. A matriarca-mor, como justificação para a impossibilidade de nos contactar telefonicamente, alega que os nossos aparelhos se encontram desligados, devido a ser proibido o seu uso no interior do teatro.  O infante, decepcionado, demonstra uma preocupação eminente, reflectida num esgar que lhe transfigura o rosto e questiona: - Porquê? Se o usarem, o teatro pode explodir? E se resolvem fazer lá uns grelhadinhos, explode tudo?